
A gente se conforma em esperar por dias melhores.
A gente se conforma em acreditar que, no final, tudo vai dar certo.
A gente se conforta pensando que… foi melhor assim.
A gente se enche de esperança, de novo, quando a vida dá sinais (mesmo que mínimos) de que a mudança vai chegar.
A gente se acostumou com a ideia de que o caminho é duro, mas que, no final, a felicidade vai ser “encontrada”.
A gente assimilou tanto essas ideias, por princípios religiosos ou filosóficos, que fica até preocupada quando as coisas vão bem e muitas vezes se pega pensando: “estou tão feliz que dá até medo”.
Parece que a felicidade presente vem acompanhada de culpa. Culpa por estar recebendo o prêmio antes da hora, sabe? Aquela culpa de alguém que se apropriou de algo que não lhe pertence “ainda”. Culpa de alguém que olha para os lados e vê na luta dos outros motivo para se envergonhar das suas conquistas.
Numa analogia simples, é como se a viagem tivesse que ter turbulências e tempestades para o destino ser mais valorizado, ter um gosto de conquista. Mas será que está errado querer uma viagem tranquila, prazerosa, olhando a paisagem bonita lá fora, sentindo o cheiro de mar (ou do mato molhado), vendo um lindo céu azul? Será que é fraqueza ou covardia buscar esse caminho leve? Será que o final está comprometido se o durante nos trouxer felicidade?
Onde aprendemos que a dor é necessária e natural? NO PAIN, NO GAIN. Onde aprendemos que “não se deve esperar muito para o tombo não ser maior”? Pois tenho tentado falar sobre um mundo mais colorido, mais doce e mais leve para os meus filhos, dosando a medida certa entre a realidade e o sonho. Tarefa difícil? Fica fácil se eles nos observarem praticando o que pregamos.
Quero um caminho de paz, uma viagem de luz e uma chegada triunfal! Quero me permitir me sentir realizada sem culpas ou medos. Quero paz no meu coração e harmonia nos meus pensamentos para poder gozar não só no final.
O que posso mais querer da vida?! Quero ser ética, leal e fiel, mas livre e leve para conseguir sentir o sorriso vindo de dentro e não sendo colocado no meu rosto sem me pertencer. Quero me aprimorar sempre e fazer a vida de quem me cerca mais bonita.
Quero meu final feliz a cada dia. É assim que quero escrever a minha história: cada capítulo cheio de emoções, de desfechos, de resoluções e de conquistas e não deixar tudo para o último dia.
Quero ver piscando THE END (ouvindo uma linda música ao fundo) ao fechar os olhos a cada noite e me sentir feliz e pacífica e não passiva diante das derrotas e postergações da vida, pois vivo meus dias um de cada vez, mas todos tendo seu sabor apreciado como num delicioso banquete: o banquete da minha vida.
Quero uma caminhada plena de alegrias e conquistas e que a vida me permita prosseguir no meu “sonho” de construir hoje o meu final feliz de cada dia.
E você, tem condicionado sua felicidade a quando tal situação se resolver ou determinada circunstância mudar? Não vamos esquecer que o futuro a gente constrói a cada dia e que ele nasce agora mesmo, assim… bem ao nosso alcance no aqui e no hoje.
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