A chegada da menopausa traz as mais diversas repercussões para a saúde da mulher. Hoje vamos falar sobre a osteoporose, uma doença caracterizada pela redução expressiva da massa óssea, que se apresenta perceptivelmente porosa e frágil, com alta susceptibilidade a fraturas.
A mulher tem uma propensão maior a ter fragilidade óssea e redução da densidade mineral óssea, por conta das flutuações hormonais características da menopausa (declínio do estradiol). A perda óssea é ainda mais comum em mulheres com sobrepeso e obesidade e fatores genéticos também predispõem mulheres a massa óssea menor.
A imobilização de alguns membros devido a acidentes pode retroalimentar a perda óssea, além de doenças e medicamentos como corticoides e inibidores de aromatase, que podem desmineralizar o osso.
Dentre os fatores não-modificáveis para a osteoporose estão o avançar da idade, o sexo feminino, a genética, o histórico familiar e a idade da menopausa (quanto mais precoce, mais fragilidade óssea e risco de fratura (<45 anos);
Já os fatores modificáveis são gerenciar o peso, abandonar o tabaco, praticar exercício resistido (com cargas, musculação), fazer uma dieta estratégica (com ajuste calórico, proteico e de micronutrientes, tanto pela alimentação quanto pela suplementação).
Segundo a Sociedade Internacional da Menopausa, para mulheres que têm um baixo risco de fratura, devemos otimizar o aporte de cálcio e vitamina D, além de ter um estilo de vida amigável ao osso (exercício constantemente, com peso, gerenciar o estresse, ter um bom sono). Independentemente do grau de risco da paciente (baixo, alto ou muito alto), a otimização do metabolismo de cálcio e do status de vitamina D são essenciais.
Que estratégias nutricionais podem ajudar?
- A prática do padrão alimentar mediterrâneo está associada a melhor mineralização óssea;
- Uma maior densidade mineral óssea é possível diante do consumo de vegetais (frutas e hortaliças, ricas em fitonutrientes) e da redução da ingestão de carnes vermelhas e processadas (salaminho, peito de peru…);
- Os alimentos fonte de cálcio, potássio, vitaminas do complexo B, C, K, carotenoides e flavonóides, vitamina E podem prevenir a osteoporose por um mecanismo anti-inflamatório. Por mais que o cálcio seja um dos principais elementos que influencia a saúde óssea, ele unicamente não faz mineralização óssea pois depende de outros nutrientes (vitamina D, magnésio, silício (ativador de osteoblastos), vitamina K (redireciona cálcio de tecidos moles para tecido ósseo), Boro (aumenta o tempo de meia vida da vitamina D e está associado à sintese de estradiol), vitamina C (ações antioxidantes à nível ósseo, bem como o manganês). Zinco e cobre são elementos antioxidantes indiretos da estrutura óssea.
CUIDADO: mulheres que comem pouco podem se tornar subnutridas (pouca energia, pouca proteína, favorecendo a desconstrução óssea).
CONSUMA: alimentos com função anti-inflamatória, pois a inflamação estimula a reabsorção óssea (processo de desgaste do osso para liberar cálcio para o sangue).
ATENÇÃO: em mulheres com obesidade, é necessário o emagrecimento já que o corpo tende a construir mais estruturas que guardam gordura (adipócito) do que as que constroem osso (osteoblasto).
Cuide-se mulher! Você merece uma vida longa, com força e mobilidade para fazer o que quiser. Conte comigo!
Isa Polastri
Nutrição e Saúde da Mulher032 99976-2060
nutri.isapolastri@gmail.com
Graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora e especializada em Nutrição na Saúde da Mulher.
Comments (2)
Mariana Alcântarasays:
14/09/2024 at 07:58Que maravilha! Texto esclarecedor e abrangente. Obrigada Isa e obrigada Katia.
Katia olivierisays:
30/09/2024 at 23:50Que bom que gostou, Mariana! Ficamos felizes com sua participação. Obrigada🌺